terça-feira, agosto 11, 2015

Cada um faz a sua parte


Rio Branco está parada. Todo mundo parou em solidariedade aos professores. Só quem se move é o Sindicato e os voluntários que colaboram no esforço de greve. A cozinha n’O Casarão não descansa no fornecimento de marmitas, cujos ingredientes vêm de todo lado: do comércio local, das hortas domésticas e até das doações da última enchente, que estavam estocadas não se sabe por quê. Eu estava indo a pé para o centro, pois os ônibus não prestavam o serviço essencial já que ninguém ia para o trabalho e os poucos que rodavam era para levar professores para a manifestação em frente ao palácio do governo, que estava em pulgas e não conseguia dormir desde que anunciou que cortaria o ponto dos faltosos e mandaria embora os de contrato provisório, o que fez com que toda a sociedade se manifestasse, começando pelos estudantes, passando pela polícia que cruzou os braços e chegando até aos hospitais, onde os médicos só tratavam os casos mais urgentes, muitos causados pelo sol e o fumo das queimadas, os únicos elementos que não aderiram ao manifesto e continuavam a maltratar a multidão que aguardava o comunicado do porta voz governamental. Eu não via a hora de ver a cara do governador. Andava o mais rápido que podia sob o calor e a fumaça... Ia todo contente... Aí, o menino Juan abriu a porta do quarto e eu acordei... tossindo e todo suado.

Foto: Everton Damasceno/ContilNet