Em Cuba, até à altura em que lá fomos, havia duas moedas. O
peso cubano (CUP) também chamada moeda nacional, e o peso conversível (CUC),
que é a moeda que os visitantes devem utilizar e que custava vinte e cinco
vezes o valor da nacional e praticada nas atividades turísticas. Como íamos
ficar lá por muito tempo, Eliana e eu usávamos as duas para poder controlar os
gastos, principalmente com a alimentação, já que não conseguíamos escapar dos
CUCs com a habitação e o transporte intercidades.
Ao cruzarmos com um grupo de músicos, uma deles ao sentir a
nossa receptividade, deu-nos uma atenção com uma canção bem conhecida.
Perguntamos onde eles se apresentavam, em que bar ou restaurante e ele disse
que tinham a licença para divulgação cultural nas ruas com o devido peditório.
Rapidamente tirei do bolso uma nota de cinco pesos, em moeda nacional. Automaticamente,
o homem espalmou a mão em gesto de recusa indignada e avançou rapidamente para
a direção dos colegas que o esperavam à esquina. Com alguns passos peguei-o
pelo braço e disse: Nós não somos turistas! Estamos aqui com visto cultural.
Somos artistas também.
Que alegria, quando ele aceitou a nota com o maior prazer e
nos deu um abraço fraternal.
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