domingo, novembro 29, 2020

A viagem maior

Cara Filomena Cabral, deite fora, ou antes, pendure no cabide o xaile da preocupação que lhe assentou sobre os ombros ao saber da tresloucada ideia que Eliana e eu tivemos de atravessar o Brasil de Leste a Oeste, em plena pandemia, montados em um carocha. O fado mudou ao primeiro empecilho para a aquisição da montaria que até nome já tinha. O fusquinha seria chamado de Demoseille, por ser emplacado em Santos Dumont, cidade mineira  onde viveu sempre acarinhado pela Marta, que de última hora não pode fechar o negócio. Foi coisa providencial. Assim, como se diz por cá, caiu a ficha! Vamos ficar recolhidos nas montanhas e deixar as estradas para as pessoas, verdadeiras heroínas, que não podem manter o isolamento, senão o mundo para.

Quanto a essa febre de viajar que nos acometeu, dissipou-se rapidamente, pois o imbróglio que se deu na negociação já suscitou dois contos e um poema.

E não há viagem maior que a literatura.

Ouvi dizer que o severo pai de Júlio Verne não o deixava ir para sítio algum. O rapaz trancava-se no sótão e de lá nos levou para o centro da terra, para o fundo do mar; com ele, demos a volta ao mundo e fomos até para a Lua. Ao se emancipar, ele viajou, desta feita, sozinho.

Eliana e eu estamos mais leves, conformadas e compensadas, sossegamos o bicho carpinteiro. E, ora pois, uma cidade com um nome desse deve ser boa para se negociar é avião.

P. S.: Não só para a Filomena, mas para tranquilidade dos parentes e amigos que achavam que estávamos cobertos de desgostos para fazer uma coisa dessas.

Beijinhos.



1 comentário:

Luiz Gomes disse...

Oi bom dia. Tudo bem? Sou brasileiro, carioca e quero apresentar o meu Blogger de Viagens e turismo. Novos amigos são bem vindos, não importa a distância. Gostaria de lhe convidar a seguir o meu Blogger.

https://viagenspelobrasilerio.blogspot.com/2020/11/museu-casa-do-pontal-vii-rio-de-janeiro.html?m=1