Não vou dizer o nome do santo, mas também não foi milagre, apenas uma questão de consciência. Um grupo organizado de pessoas que lutavam contra o regime através da guerrilha urbana, também chamados de terroristas por quem ignora que terrorista maior é o Estado... A ação seria roubar uma pintura de um museu. Já estava tudo certo: o comprador estrangeiro pronto a pagar uma fortuna, o acesso à sala sem que se precisasse usar de violência, a rota de fuga, tudo muito fácil e sem grandes riscos. Aconteceu que quando a tela já estava em mãos, o chefe da operação disse, autoritariamente: “Ponham de volta no lugar...” Calados, obedeceram, mesmo sem perceber bem o que se passava na cabeça do camarada, que completou “Isso pertence ao povo. Vamos procurar outra coisa, um banco talvez.” E a tela voltou ao seu lugar perfeitamente intacta.
(Tela de Di Cavalcante danificada pelos horríveis
manifestantes do Oito de Janeiro)
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